A influência da música tem sido um importante recurso terapêutico para a saúde mental daquele que se encontra em sofrimento. Os resultados observados têm sido satisfatórios nos casos de esquizofrenia, depressão, ideação suicida e nas interações sociais.
Este texto é fruto da disciplina de Pós-Graduação “Produção e Inovação Científica” ministrada como último módulo para a formação dos alunos da Laboro. Nela, os alunos aprendem como aplicar conceitos e ferramentas de forma assertiva e criativa para fomentar a inovação na ciência.
Autora: Magda França Barros – Aluna do curso de Pós-Graduação em Saúde e Atenção Psicossocial
A musicoterapia teve seu início no pós-guerra quando os soldados retornavam para casa. Acredita-se que música poderia ajudar na recuperação dos traumas vivenciados e sequelas (REIS; FREIRE; 2018). Segundo Puchivailo et al., (2014), a música foi usada também para auxiliar o recondicionamento físico e educacional e como terapia ocupacional dos soldados.
A musicoterapia desenvolveu diferentes formas de intervenção no cuidado à saúde mental. Segundo estudos (CEREZA, 2014) sua aplicação promove vários benefícios na comunicação, aprendizagem, qualidade de vida e ressocialização. Nesta perspectiva os resultados têm sido positivos nos quadros de esquizofrenia, depressão e outros transtornos (Rodrigues, 2021).
A OMS alerta para o aumento de suicídios entre 15 a 35 anos e no cerne das discussões está a depressão como uma doença recorrente que atinge grande parte da população mundial e que necessita de tratamento. A depressão é umas das doenças mais incapacitantes que tem como sintomas marcantes, a apatia, falta de motivação, sensação de desesperança, desespero, desamparo, tristeza e vazio que contribui para o aumento da taxa de suicídios.
Diante disso, a Musicoterapia surge como estratégia paliativa no cuidado dos sujeitos que sofre transtorno mental (CAMARA; CAMPOS; CAMARA; 2013). O questionamento norteador do tema: Quais os fatores positivos da musicoterapia em pacientes com transtornos mentais?
De acordo com Rodrigues (2013), a música surge como uma expressão e comunicação e é feita pelo o homem, como uma ação do homem sobre o mundo. Na Segunda Guerra Mundial nos hospitais que recebiam soldados feridos, recitais eram tocados para que os militares pudessem escutar e aprender a tocar instrumentos musicais. Acreditava-se que pudesse ser benéfico na recuperação dos mesmos. Na Argentina a mesma técnica utilizada nos EUA foi aplicada aos sobreviventes de poliomielite, com sequelas graves e quadros depressivos. A partir dos resultados positivos foi fundado o primeiro curso de formação de musicoterapeutas na Argentina e América Latina e aprofundamento nas teorias da Psicologia, Pedagogia e da Música ( PUCHIVAILO; HOLANDA; 2014).
Um dos aspectos mais importantes para que a terapia flua, é vínculo que o profissional deve priorizar com o usuário que procura atendimento. Os temas abordados são diversos, levando em consideração a necessidade do grupo (SCHU, 2013).
Um estudo realizado no Município de Lajedo por Fátima Cereza Schu, percebeu-se que os participantes da oficina de musicoterapia demonstraram melhora na qualidade de vida. O público estudado era portadores de depressão maior, transtorno afetivo bipolar, esquizofrenia e com alto índice de tentativa de suicídio. Percebeu-se que os participantes demonstraram mudanças positivas em seu estilo de vida, melhoraram seu relacionamento familiar e sua vida em sociedade.
Outros estudos (CAMARA; CAMPOS; CAMARA; 2013) apresentaram aspectos positivos na aplicação da musicoterapia como recurso terapêutico nas unidades de internação masculino e feminina, nas unidades de desintoxicação, nos hospitais dia e no Núcleo de Atenção à criança e o adolescente. Os resultados apresentaram que o método é redutor de estresse; da voz ativa para o usuário, respeita a sua individualidade e fomenta a interação social.
Diante dos resultados satisfatórios, sugere-se, a divulgação e disseminação nos meios de comunicação e outros canais, informando a população sobre os benefícios da musicoterapia na saúde mental e na qualidade de vida, com o objetivo de oferecer um cuidado alternativo para a saúde mental.
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REFERÊNCIAS
BARCELOS, V, M, B.; et al. Musicoterapia em pacientes portadores de transtorno mental. Rev enferm UFPE on line., Recife, 12(4):1054-9, abr., 2018.
CAMARA, Y, M, R.; CAMPOS, M, R, M.; Y, R CAMARA IYENGAR.; Musicoterapia como um recurso terapêutico para a saúde mental. Disponível em http://stat.ijkem.incubadora.ufsc.br/index.php/cbsm/article/view/1767, 2013.
PUCHIVAIL, M, C.; HOLANDA, A, F.A história da musicoterapia na psiquiatria e na saúde mental: dos usos terapêuticos da música à musicoterapia. Revista Brasileira de Musicoterapia Ano XVI n° 16 ANO 2014. p. 122-142.
REIS, M, R, Paula.; FREIRE, M, H F. A canção de apresentação como um recurso de musicoterapia na saúde mental. Revista InCantare | Curitiba | v. 9 | n. 1 | p. 1-108 | jan./jun. | 2018.
SHU, F, T.; A musicoterapia em saúde mental: Uma estratégia de promoção e educação em Saúde. Disponível em https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/ 2014.