
A escola vivencia atualmente o fenômeno que fomenta a ruptura das relações interpessoais: a indisciplina escolar. Os conflitos, decorrentes dela, implicam na convivência harmoniosa em sala de aula e a consecução do processo de ensino e aprendizagem.
Este texto é fruto da disciplina de Pós-Graduação “Produção e Inovação Científica” ministrada como último módulo para a formação dos alunos da Laboro. Nela, os alunos aprendem como aplicar conceitos e ferramentas de forma assertiva e criativa para fomentar a inovação na ciência.
Autora: Rosenildo Pinto Dutra (aluna do curso de Pós-Graduação em Gestão e Docência do Ensino Superior)
Orientadora: Profa. Ma. Bruna Almeida
Fez-se uso da pesquisa bibliográfica que redirecionou a escola a uma nova postura paradgmática e a iserção da cultura digital, nas dimensões e necessidades do aluno de forma compartilhada.
O universo educacional, imerso em uma teia de relacionamentos, reproduz, numa determinada sociedade, diferentes comportamentos, estes explicados pelas ciências sociais e evidenciados nas relações interpessoais em ambientes formativos.
Nesse contexto encontra-se a escola propondo-se compreender as variantes do processo de formação comportamental e relacional.
A sala de aula tornou-se um campo conflituoso nela imperando a indisciplina, fenômeno implicador da disruptura das relações.
Múltiplas conjunturas
As instituições, escola, família e sociedade, deverão conectar-se, harmoniosamente, para lidar com esse cenário de múltiplas conjunturas:
- morais;
- éticas;
- sociais;
- econômicas;
- culturais.
A escola, por sua vez, vivencia um dos maiores dilemas da atualidade: de adequar-se ao novo, (re) configurar-se e compreender a dinamicidade e as bases constituintes da atual sociedade, atendendo suas exigências e as complexidades que dela demandam.
As mudanças paradigmáticas da escola povoam o campo das relações interpessoais e da inovação, e suas bases estruturantes tornam-se os principais mecanismos que, pedagogicamente orientados, vislumbram resultados emancipatórios e a concretude das ações disciplinares.
Indisciplina escolar
Em entrevista fornecida à Nova Escola-Gestão Escolar (2010, ed. Ano II) Silvia Parrat-Dayan, pesquisadora da Universidade de Genebra fala sobre a indisciplina escolar: “a origem da indisciplina está numa crise que se abateu sobre escolas do mundo todo: o choque entre o modelo educativo ultrapassado e um público que está passando por transformações profundas”.
A anomia na escola confronta-se, ao conviver cooperativamente, fator relevante e emergencial à condução da instituição educacional em ajustar-se às novas formas de ensinar, desejáveis por todos os organismos que a compõe e se estrutura, e ao movimento ininterrupto operacionalizado pelas reformas que demandam mudanças do processo educativo e curricular.
Relações interpessoais
Sabe-se que não existe uma receita pronta para solucionar a problemática que envolve as relações interpessoais no âmbito da escola. Esse desafio é de todos.
A escola movimenta-se em busca de soluções para a incivilidade dos alunos no atual contexto de instabilidade educacional, buscando contribuições de estudiosos da área. Alarcão (2001,p.15), diz o seguinte:
Assiste-se hoje a uma forte inadequação da escola para fazer face às demandas da sociedade. Diante das rápidas convulsões sociais, a escola precisa abandonar os seus modelos mais ou menos estáticos e posicionar-se dinamicamente, aproveitando as sinergias oriundas das interações com a sociedade e com as outras instituições e fomentando, em seu seio, interações interpessoais.
As inquietudes do professor estão demonstradas em dados coletados por pesquisas coordenadas mundialmente pela OECD, estando sob a responsabilidade do INEP a aplicação e o tratamento dos dados, que apontam: “Professores no Brasil declaram gastar 20% de seu tempo de aula mantendo a ordem em sala” (TALIS, 2013).
É na verdade, uma brutal realidade que não condiz com as estratégias de ensino e aprendizagem e com as leis que regem a educação brasileira.
O direcionamento das ações trazidas por teóricos que tratam do comportamento e dos relacionamentos de cada componente da instituição escolar, deixam evidenciadas as competências de cada um à sua prosperidade e à elaboração e execução de um modelo de ensino com ações inovadoras e compartilhadas, para assim atender sua clientela, exigente e conectada ao mundo digital.
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REFERÊNCIAS
ALARCÃO, Izabel (Org.). Escola reflexiva e nova racionalidade. Porto Alegre: Artmed Editora, 2001.
BRASIL. Nota sobre o País-Resultados da TALIS 2013, Trabalho Docente no Brasil. Disponível em http://www.oecd.org/education/school/TALIS-2013-country-note-Brazil-Portuguese.pdf. Acesso em 30 de jul. de 2020.
LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São Paulo: Cortez,1999. – (Coleção magistério. Série formação do professor).
PARRAT-DAYAN, Silvia. Silvia Parrat Dayan fala sobre indisciplina na Escola. [Entrevista concedida a Nova Escola – Gestão Escolar, em 2010]. Por Noemia Lopes, 01 de mar. de 2021.
Disponível em https://gestaoescolar.org.br/conteudo/514/silvia-parrat-dayan-fala-sobre-indisciplina-na-escola. Acesso em 10 de ago. de 2020.