
O que são competências? “O termo competência oriundo do latim competentia, “proporção”, “justa relação”, significa aptidão, idoneidade, faculdade que a pessoa tem para apreciar ou resolver um assunto) terá surgido pela primeira vez na língua francesa, no século XV, designando a legitimidade e autoridades das instituições […]” (DIAS, 2010, p. 64).
Segundo Boam e Sparrow (1996), “uma competência é um conjunto de padrões de comportamento que o trabalhador necessita para obter um bom desempenho no trabalho”, logo, Perrenoud (1999) apresenta competência como a utilização simultânea de recursos intelectuais, contribuindo para resolução de situações que necessitam de conhecimentos, capacidades ou tomadas de decisões, definidas pelos contextos que os indivíduos estão inseridos e condições estabelecidas.
Fleury e Fleury apresentam a conceituação como: “Conjunto de conhecimentos, habilidades, atitudes que afetam a maior parte do trabalho de uma pessoa e que se relacionam com o desempenho no trabalho; a competência pode ser mensurada, quando comparada com padrões estabelecidos e desenvolvida por meio de treinamentos” (FLEURY; FLEURY, 2004, p. 19).
Leme (2005) define competência como um conjunto de técnicas e competências comportamentais. O autor realiza um agrupamento, conforme quadro a seguir, desse modo, conhecimento e habilidade (o saber e o saber fazer) como competências técnicas, que ao ser trabalhado em conjunto com as competências comportamentais (o querer fazer) vai se transformar em competência.
C |
Conhecimento |
Saber |
Competência Técnica |
H |
Habilidade |
Saber fazer |
|
A | Atitude | Querer fazer |
Competência Comportamental |
Competências Técnicas
Lopes et al (2010) compreendem com as habilidades técnicas constituídas pelos processos físicos que envolvem o domínio instrumental das técnicas relacionadas à natureza específica da atividade e que pode ser desenvolvida por meio de treinamentos e desenvolvimento. Portanto, competências técnicas permitem ao colaborador utilizar os meios disponíveis para atingir as finalidades do cargo ressaltando que algumas dessas habilidades podem ser aprendidas em treinamentos posteriores a contratação e outras são de tais formas indispensáveis que tornam esse expediente inviável. (DIAS, 2010).
Competências Comportamentais
A competência comportamental pode causar demasiada influência no desempenho do profissional, haja vista, que Leme (2011) retrata o estabelecimento do diferencial competitivo correspondente a cada profissional, uma vez que, os conhecimentos e habilidades são mais simples de serem aprendidos, no entanto, a atitude necessita de um desenvolvimento pessoal mais subjetivo e mais ligado ao animus do indivíduo.
Instrumento para Mapeamento de Competências Comportamentais
O diagnóstico de M. A. R. E ®de Orientações motivacionais é uma ferramenta em modelo de questionário que tem a finalidade de verificar o modo de agir, mostrando como cada profissional se automotiva para realizar suas tarefas ou gerar resultados (CODA, 2016). Essa ferramenta avalia 12 perfis comportamentais e dinâmicos do diagnóstico conforme apresentados no quadro a seguir:
MEDIADORA |
ANALÍTICA | RECEPTIVA | EMPREENDEDORA |
Articulador |
Coordenador | Considerador |
Diretor |
Motivador | Regulador | Facilitador |
Produtor |
Inovador |
Monitor | Mentor |
Realizador |
Esses 12 perfis apresentam competências relacionadas que podem ser observadas no quadro a seguir:
Articulador |
Motivador | Inovador |
Comunicação |
Atuação consultiva |
Pensamento Criativo |
Networking | Orientação para clientes |
Estabelecimento de Conexões |
Visão Integrada |
Motivação de equipes | Questionamento |
Resolução de conflitos | Compartilhamento de ideias |
Visão de mercado |
Negociação |
Escuta ativa | Gerenciamento de Projetos |
Logística integrada | Senso Ambiental |
Gestão de mudanças |
Monitor |
Coordenador | Regulador |
Orientação para prazos e metas | Enfrentamento de crises |
Capacidade de reflexão |
Organização |
Administração do tempo | Estímulo à conformidade |
Domínio técnico | Planejamento |
Pensamento sistêmico |
Análise e soluções de problemas |
Conjugação de esforços |
Orientação para a qualidade |
Gestão de Custos | Gerenciamento de recursos |
Foco no longo prazo |
Capacidade conceitual |
Capacidade de diagnóstico | Análise dos riscos |
Facilitador | Considerador |
Mentor |
Gestão Participativa |
Trabalho em equipe | Coaching |
Aperfeiçoamento de processo de trabalho | Cooperação |
Compartilhamento do conhecimento |
Mobilização de recursos internos |
Promoção da qualidade de vida | Orientação de pessoas |
Promoção da qualidade de vida | Compreensão das pessoas |
Desenvolvimento de pessoas |
Escuta ativa |
Desenvolvimento pessoal | Identificação do potencial dos empregados |
Monitoramento de informações | Capacidade de delegação |
Capacidade instrucional |
Produtor |
Competidor | Realizador |
Orientação para resultados | Criação de Visão |
Capacidade de condução |
Capacidade de avaliação |
Planejamento e organização | Agir sob pressão |
Raciocínio lógico | Compreensão e cultura organizacional |
Capacidade de delegação |
Qualificação técnica |
Capacidade de decisão | Orientação da equipe de trabalho |
Construção e manutenção da base do poder | Raciocínio estratégico |
Iniciativa |
Capacidade de sintetização |
Capacidade de priorização |
Proposições de soluções |
Diante de todas as competências técnicas e comportamentais, o Gestor deverá sempre analisar quais destas são mais relevantes para o desempenho das atividades de cada função dentro de uma organização. Sempre deverá ponderar que as competências comportamentais são subjetivas e cada indivíduo possuirá diferentes características. É essencial para as organizações realizar o dispêndio financeiro para desenvolvimento dos seus profissionais, estas ações não devem ser entendidas como um custo, mas sim como um investimento.
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Autor:
Prof. Esp. Kassyo Sousa
Professor da Faculdade Laboro
Especialista em Estatística pela Universidade Estadual do Maranhão. Bacharel em Administração na Universidade Ceuma. Desenvolve atividade de pesquisa no GPADS (Grupo de Pesquisa em Administração e Sociedade), Atua como Assessor na Pró-Reitoria de Planejamento e Administração da UEMA e Consultor na área de Processos Organizacionais.
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REFERÊNCIAS
BOAM, R.; SPARROW, P. Designing and Achieving Competency: a competency-based approach to deveploping people and organizations. London: McGraw-Hill, 1996.
CODA, R. Competências comportamentais: como mapear e desenvolver competências pessoais no trabalho. São Paulo: Atlas, 2016.
DIAS, I. S. Competências em Educação: conceito e significado pedagógico. Revista Semestral da Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional, v. 14, n. 1, p. 73-78, 2010.
FLEURY, A; FLEURY, M. T. L. Estratégias empresariais e formação de competências: um quebra-cabeça caleidoscópico da indústria brasileira. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2004.
LEME, R. Gestão por competências no setor público. 1. ed. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2011.
LOPES, M.; FIALHO, F. A. P; LEORNARDI, J.; LOPES, L. F; RIBEIRO, S. F; WILHEIM, P. P. H. Análise da relação entre aptidões cerebrais e competências gerenciais: o caso de uma empresa têxtil. Gest. Prod., São Carlos, v. 17, n. 1, p. 123-136, 2010.
PERRENOUD, P. Avaliação: da excelência à regulação das aprendizagens – entre duas lógicas. Porto Alegre: Artmed, 1999.